Olá passageiros!
A postagem de hoje é com o Matheus Morais, relatando sua experiencia na China.
O Relato abaixo nos foi concedido ainda quando o Matheus estava morando na China em 2019.
@matheusmoraismf é brasileiro de Bacabal - MA, graduado em Relações Internacionais na UNIVALI de Balneário Camboriú - SC, morou na China por um ano e atualmente está morando em São Paulo - SP.
Olá! Sou Matheus Morais e atualmente estudo Chinese Language na Fuzhou University, China.
Quando vi a oportunidade de estudar na China, não tive muito tempo para pensar e eu apenas tive praticamente 2 dias pra decidir se eu queria ou não tentar o processo seletivo.
E pensei "quando que vou ter outra oportunidade dessa na vida, de ir pra China estudar mandarim, com bolsa?!".
Então foi o que me deu impulso a dar entrada no processo de bolsa de estudo.
Fui selecionado. E ao chegar aqui me deparei com outra realidade. E a China num olhar de internacionalista, geralmente se sabe relacionado a políticas, economia e sabemos poucos sobre a cultura, rotina etc. até mesmo devido a falta de informação. Mas a China em meu olhar, apesar de até o momento conheci poucas cidades, realmente é um país muito complexo, diferente do nosso Brasil, e falta resposta pra cada questionamento que surge na minha cabeça. No meu pensamento todo dia é uma bomba de informação sobre algo, relacionado ao dia a dia ou como o país funciona, etc.
Então todo dia tem um "ah então isso deve ser assim, por causa disso".
A rotina de estudos comparada a rotina no Brasil é muito mais rígida. Assim que eu cheguei na China tive uma aula "quebra-galho", já que as aulas oficiais ainda não tinham começado. Essas aulas eram durante o dia todo, de segunda a sexta e os professores muito rígidos. E continua sendo assim. Agora com as aulas oficiais tenho outras professoras, que são do curso regular de Chinês, e elas cobram atividades de casa, cobram principalmente frequência na aula, ou se algum dos Brasileiros não estão na turma, elas sempre questionam. Se estará ausente temos que avisar o escritório. E atrasos é algo meio intolerável, as professoras brigam mesmo.
Tanto é que uma coisa que aconteceu no começo, foi que assim que eu cheguei, essas aulas "quebra-galho" já haviam iniciadas, então eu lembro que fui pra aula numa terça-feira, o prof falou que era pra eu pegar as anotações das aulas anteriores com uma brasileira que já estava presente. Daí no dia seguinte o professor veio até a minha cadeira e pediu pra ver meu caderno para checar se eu já tinha feito as anotações das aulas anteriores. Eu lembro que isso me irritou um pouco porque eu tinha recém-chegado na China, estava tentando digerir tudo, adaptação com o horário, etc e não tive tempo pra pegar o caderno e fazer as anotações anteriores. E isso me fez perceber o quão rígido são quanto a Educação.
Porém rígido num sentido de cobrança, não que a gente chega na sala e não tem troca de ideias. Pelo contrário, as professoras são muito flexíveis, elas se mostram muito preocupadas se a gente ta aprendendo ou não, daí elas fazem questão de perguntar. Se ela não tem explicação para algo que o aluno pede, elas anotam e trazem na próxima aula. Os professores são bem preocupados com o que eles passam em sala de aula.
As minhas professoras, três delas ainda estão no mestrado, então ali é como se fosse o estágio delas.
Sobre Jet lag, eu fiquei desgraçado da cabeça por pelo menos 1 semana, de verdade, no horário aqui da china eu acordava 6h da manhã sem motivo algum, mesmo estando muito cansado. E as 15/16h eu já estava caindo de sono, como se eu precisasse realmente dormir, como se ja fosse de noite. Isso aconteceu mais ou menos por uma semana. Eu tive que me acostumar com cama nova, pois o colchão é duro.
Em relação a comida, devido ao fato da China ser muito grande, isso muda de província pra província, de cidade pra cidade. Mas do que eu provei, até agora em minha visão geral, a comida é muito gordurosa, então é comum ver chinês com problemas serio de acne, e voltei a ter problemas de pele devido ao óleo da comida e também a comida é bastante apimentada.
Mas para mim o problema principal com a comida é a oleosidade, quanto a pimenta nem tanto. Salada raramente tem, dificilmente se ver vegetais frescos, pois são sempre cozidos. Se come bastante Nuddles, e eu gosto bastante das comidas que são das minorias chinesas, gosto muito de arroz frito, enfim, tem bastante coisa.
Dentro do campus da universidade tem muita opção de comidas e são muito baratas. Numa média de 7 a 10 reais a refeição. (Mas tenho muita saudade da comida brasileira).
O que é um pouco difícil de se acostumar quanto aos costumes chineses, é que os chineses arrotam, soltam gases e cospem em qualquer lugar. Isso acontece pois pra eles tem uma explicação, que segundo a medicina tradicional chinesa, tudo que você sente que precisa expelir do seu corpo, você precisa fazer, não importa onde... enfim, faz sentindo, aos poucos vou me acostumando com relação a isso mas no começo pode ser chocante pra quem é Brasileiro.
O que eu mais gostei é da praticidade de como as coisas aqui funcionam. Gostei bastante do weChat, que é um app como se fosse o whatsapp, que eles usam até para fazer pagamentos de coisas do dia a dia.
Outro habito que não gosto é que eles fumam em qualquer lugar. Uma vez fui no hospital e tinha um cara fumando no banheiro do hospital. Realmente outra realidade.
Segue algumas fotos de Shanghai: